BeePolen
Tudo Sobre Pólen de Abelha
Do Pólen de Flores ao Pólen de Abelha
As plantas têm dois tipos de pólen, mas só um é usado pelas abelhas!
Sabia que há três formas de consumir pólen? E que todas são boas!!
Descubra quais as vantagens e desvantagens de cada uma delas.
O Pólen de Flores
Nós os apicultores gostamos de chamar-lhe Pólen de Abelha, mas a verdade é que é pólen de flores! No entanto, são as abelhas que o recolhem, que o utilizam para alimentar o enxame e que permitem ao homem captar este super alimento.
A Natureza deu aos animais a capacidade de se deslocarem, mas as plantas têm raízes fortes e não se podem deslocar. Como não têm possibilidade de se deslocar, as plantas arranjaram formas engenhosas de propagar a sua espécie. O pólen é um elo imprescindível deste mecanismo de propagação que permite às plantas fazerem chegar a sua genética umas às outras. O pólen é produzido pelos órgãos masculinos da flor e tem como função fazer chegar a genética da planta que o produz até ao órgão feminino de outra flor da mesma espécie. Quando isto acontece gera-se uma semente, da qual poderá nascer uma nova planta com uma genética única.
Dois tipos de pólen
Como a flor não se pode deslocar, foram desenvolvendo formas incríveis de disseminar o seu pólen. Para isso recorrem à ajuda do vento, da água, dos insetos e dos animais. No essencial existem dois tipos de pólen, o Anemófilo e o Entomófilo.
Pólen Anemófilo
O Pólen anemófilo é o pólen que voa com o vento, é muito leve e é produzido em quantidades enormes. Pela ação do vento dispersa-se pelo ar. Apenas uma ínfima parte deste pólen chega a plantas receptoras, mas é o suficiente para garantir a sua fecundação e a multiplicação da espécie. É este Pólen que voa com o vento que é o causador das famosas alergias respiratórias que afetam muitas pessoas. As plantas que têm pólen anemófilo normalmente têm flores pouco vistosas e com poucas cores, porque não precisam de atrair a atenção dos insetos. É o caso do trigo, ou do pinheiro.
Pólen Entomófilo
O pólen entomófilo precisa da ação dos insetos para se propagar de flor em flor. E é aí que entram as abelhas. Muitas espécies de plantas precisam de insetos para garantir a sua polinização. E as abelhas são o principal inseto polinizador.
O pólen entomófilo é pesado e tem um extraordinário valor nutritivo. Os insetos usam o pólen como fonte de nutrientes para se alimentarem, e com as abelhas não é diferente. As abelhas andam de flor em flor em busca de pólen, para alimentarem o seu enxame, e nesta procura acabam também por transportar o pólen de uma flor para outra, promovendo assim a polinização. Para além de pólen, as plantas entomófilas têm também habitualmente nectários, onde produzem uma bebida açucarada, que as abelhas adoram e que dá origem ao mel. Neste processo de busca de néctar as abelhas também acabam por polinizar de forma inadvertida as flores que visitam.
A Recolha do Pólen pelas abelhas
O pólen tal como se encontra na flor não é fácil de transportar uma vez que este é constituído por minúsculos grãos. As abelhas, e outros insetos, descobriram formas muito engenhosas de consumir e de transportar o pólen.
O Pólen até chegar à colmeia
Na sua recolha de flor em flor, enquanto polinizam, as abelhas umedecem as suas patas com néctar, misturando este néctar com os grãos de pólen, compactando assim os minúsculos grãos numa bolinha maior que vão acumulando nos cestos polínicos, um órgão específico para o efeito que as abelhas têm nas suas patas traseiras.
Neste processo, as abelhas vão também enriquecendo o pólen com lactobactérias e leveduras, que para além do valor nutritivo que acrescentam, têm também o condão de ajudarem a conservar o pólen, inibindo o desenvolvimento de bactérias nocivas.
Depois de terem a carga de pólen completa, as abelhas dirigem-se para a colméia, e é desta forma que os apicultores recolhem o pólen. Para isso, os apicultores usam um equipamento designado de capta pólen que é colocado à entrada da colmeia. Quando as abelhas passam pelo capta pólen, uma parte do pólen transportado pelas abelhas fica retido, sendo as pequenas bolinhas de pólen recolhidas regularmente pelo apicultor.
O Pão de abelha
A parte do pólen que entra na colmeia é essencial para a mesma. Sem pólen os enxames não teriam uma nutrição adequada e o seu desenvolvimento estaria comprometido.
Dentro da colmeia, as abelhas vão depositar as bolinhas de pólen nos alvéolos à volta da criação. Nestes alvéolos, as abelhas compactam o pólen e cobrem o mesmo com uma fina camada de mel. É aqui que a natureza manifesta todo o esplendor da sua bioquímica. A camada de mel que as abelhas colocaram, isola o pólen do ar exterior, de seguida um conjunto de bactérias e leveduras retiram o oxigénio do alvéolo e desenvolvem um processo de acidificação que vai permitir a preservação da qualidade alimentar e nutritiva do pólen por muitos tempo.
Quando está nesta forma, os apicultores chamam ao pólen o pão de abelha.
O pão de abelha é uma reserva essencial de proteína da colmeia. As abelhas vão usá-lo para alimentarem a criação, para produzir geleia real que vai alimentar a rainha e as larvas mais jovens.
O mel é a reserva de energia, mas sem pólen não seria possível haver criação na colmeia.
Pólen de Abelha o super alimento
Ao longo das últimas décadas têm sido desenvolvidos inúmeros estudos que vêm comprovando os conhecimentos que há muito os consumidores de pólen vêm sentindo. O pólen tem-se revelado um potente suplemento alimentar para nós, colocando ao nosso serviço o que a natureza tem de melhor. O pólen é uma fonte de proteína e de aminoácidos de origem vegetal, enriquecida com mais de 200 substâncias diferentes, algumas das quais difíceis de encontrar na alimentação industrializada que praticamos hoje em dia.
Foram comprovados benefícios ao nível do sistema imunitário e prevenção do cancro, ao nível do sistema cardiovascular, e do sistema nervoso, assim como do sistema hepático. O pólen é especialmente valioso em casos de trabalhos duros física e mentalmente, em casos de depressão, anemia, falta de apetite e como prevenção do envelhecimento.
O pólen pode ser consumido de três formas, pólen fresco, pólen desidratado e pão de abelha.
Pólen fresco
O pólen fresco é o pólen que os apicultores recolhem da colmeia, que pode ser ingerido diretamente sem qualquer processamento. Neste modo, o pólen manifesta o seu potencial de sabor, e todas as propriedades que vêm diretamente das flores. O pólen fresco é no entanto de difícil conservação, uma vez que o elevado teor de umidade implica que o mesmo tenha que ser congelado. Normalmente os apicultores apenas fornecem pólen fresco sobre reserva antecipada, uma vez que a sua conservação implica alguns recursos.
Pólen de abelha desidratado
O pólen de abelha desidratado é a forma mais comum de comercializar pólen de abelha. O pólen fresco é desidratado para níveis de umidade que facilitam a sua conservação, não implicando frio, apenas que se mantenha afastado de fontes de umidade. Este processamento é mínimo, exclusivamente físico e extremamente simples.
Em relação ao pólen fresco, o desidratado tem uma perda ligeira de propriedades e de sabor, mas as garantias que dá em termos de qualidade alimentar tornam esta a melhor forma de comercializar o pólen de abelha.
Pão de abelha para consumo
No pão de abelha o pólen está enriquecido ao máximo, para além das propriedades das flores as abelhas acrescentam um conjunto de processos químicos naturais fantásticos, que valorizam em muito este já riquíssimo superalimento. No entanto, a recolha do pão de abelha é um processo manual, o que faz com que este se torne um produto relativamente dispendioso e que nem sempre os apicultores desenvolvem dada a sua complexidade.
© Casa Lourenço 2022. | Casal do Calvo – Cumeada | 6100-357 Sertã | Portugal